Deficiente visual desde que nasceu, Olga trabalha na inclusão de crianças com deficiência no ensino regular
O que deveriam ser 10 dias de férias e relaxamento nas praias de Balneário Camboriú para a professora primária Olga Souza, de 57 anos, acabou se transformando numa confusão em torno da presença de seu cão-guia, Darwin, na faixa de areia. Na última-quarta feira, uma banhista decidiu chamar a Polícia Militar (PM) ao ver Olga entrando no mar na companhia de Darwin.
Segundo Olga, um homem a abordou quando ela estava dentro d'água com o cachorro e ela explicou que era cega e precisava do cão-guia para se movimentar. Ele estava acompanhado da mulher, que não se conformou com a explicação e decidiu chamar a polícia militar.
"O guarda me disse que uma pessoa fez a denúncia por se sentir ofendida moral e fisicamene porque tinha um cachorro perto dela na praia. Até agora eu nunca tinha enfrentado a polícia militar, mas essa mulher foi às últimas e decidiu acioná-los", contou.
De acordo com o coronel Evaldo Hoffmann, comandante do 12° Batalhão da PM, o oficial de serviço do dia foi ao local porque estava se formando uma confusão por parte dos banhistas, que não queriam o cachorro na faixa de areia.
Deficiente visual desde que nasceu, Olga trabalha na inclusão de crianças com deficiência no ensino regular em Porto Alegre, onde mora. A professora já está no seu segundo cão-guia, mas nunca passou por situação semelhante.
"Não posso trocar a minha deficiência como troco de roupa. Eu sou uma pessoa como todas as outras, tenho que ter o meu lazer também. Foi bastante incômodo. Se fosse uma pessoa com seu primeiro cão-guia talvez ficasse nervosa, mas eu fui levando na medida do possível", declarou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário